Capa do livro

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sábado, 12 de maio de 2012

Não serei eu.



               Observando os comissários da Tam servindo os passageiros enquanto a turbulência corria solta pelo céu cinza chumbo entre São Paulo e Rio de Janeiro nessa manhã de sábado, 12/5/12, tive a certeza que qualquer sentimento de rejeição que tenha relativo àquela empresa não pode se estender aos funcionários.
Os acontecimentos de um passado recente em que Varig e Tam estiveram envolvidas se restringem aos diretores, Governo e figuras pardas, portanto, à eles se deve restringir qualquer tipo de ressentimento, mágoa, revolta e toda forma de disposição emocional antipática.
Os funcionários, em particular, os tripulantes não merecem que nos comportemos como uma minoria ressentida da extinta Panair colocando culpa pelo fechamento daquela empresa nas pessoas que estavam em terra ou a bordo somente para servir os clientes, e o fizeram e o fazem bem.
Queremos, e sei que este tipo de desejo é compartilhado pela maioria dos funcionários variguianos, que os voos deles saiam tranquilos voando em céus de brigadeiro e que no seu retorno a casa seja para descansarem de jornadas aéreas e jamais para amargarem culpas que não lhes pertencem.
Não serei eu a compartilhar tal sentimento que no passado tanto me fez mal. Meu fígado, minha alma e minha eterna condição de comissária de voo agora estão em paz.

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