Capa do livro

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Como frear tamanho absurdo?

Com 168 casos, país registra novo recorde de acidentes aéreos em 2012
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
21/01/201306h00


Mesmo sem registrar nenhum incidente grave com voo de linha, o ano de 2012 teve o maior número de acidentes aéreos no século 21, segundo informa relatório do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O documento traz apenas os dados da aviação civil nos últimos 11 anos, o que torna impossível a comparação com anos anteriores ao novo século. 
Fonte: Cenipa


No ano passado foram registrados 168 acidentes aéreos, superando o então recorde de 2011, quando ocorreram 159 casos. Em média, o país registrou um acidente a cada 2,1 dias. Desde 2001, o país registrou 1.150 acidentes aéreos.

Do total registrado em 2012, 146 foram acidentes com aviões e 22, com helicópteros –no caso dessas aeronaves, o número apresentou queda em relação a 2011, quando houve o recorde da década com 27 ocorrências. O Cenipa, porém, informa no relatório que os dados de 2012 ainda podem sofrer pequenas mudanças.

Além do aumento absoluto, os números também apontam para alta percentual dos casos de acidentes, levando em conta a frota nacional. Segundo o Cenipa, o percentual de envolvimento em acidentes chegou a 0,36% dos aviões e helicópteros, maior índice desde 2007 --quando 0,59% da frota foi atingida. Em comparação a 2011, o ano passado teve um aumento de 12% nesse índice –quando o índice ficou em 0,32%.

Acidentes fatais
O país também registrou aumento no número de acidentes com vítimas fatais. No ano passado 32 ocorrências terminaram com mortes –mesmo número de 2007, registrando assim o maior número do século. Dessas, 29 acidentes foram com aviões, e três, com helicópteros.

Apesar dos acidentes fatais, como não houve casos com voos de linha, o número de mortos caiu. Em 2012, foram 71 óbitos, contra 90 um ano antes. Desde 2001 foram 1.124 mortes.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Quando o elogio vem de um escritor


Prezada Cláudia,
Estou me deliciando com seu livro. Não sei se você leu uma crônica que escrevi no sábado para a KBR chamada “A arte de cortar palavras”, que é uma crônica na qual abordo meu modo de entender literatura, como a arte de simplificar, com linguagem corrente, direta e nada de palavras que demonstram falsa cultura e que não usamos no dia-a-dia e algumas, nem sei o que significam.
E o seu estilo é exatamente o que me encanta e é a marca registrada de quem sabe escrever:– simplicidade.
Seu livro me toca porque a Varig, também faz parte da minha vida. Meu primeiro sogro era o gaúcho Carlos Machado, o famoso “Rei da Noite”. Juntos escrevemos um livro chamado “Memórias sem maquiagem”, grande sucesso de venda e que se transformou em um referencial quando o assunto é os anos dourados do Rio de Janeiro. Foi baseado nele que a Globo fez o especial “A.E.I.O.Urca”, que era o grito de guerra do cassino da Urca. Meu amigo, coisa de amigo, Ruy Castro, o considera o melhor livre sobre a vida noturna do Rio e o cita em suas fantásticas biografias.
Machado era amigo íntimo do Ruben Martin Berta, depois de sua morte em 1966, mantinha já uma ótima relação com Erick de Carvalho. A Varig patrocinou a ida de todos os shows do Machado para os Estados Unidos, inclusive o famoso no Rádio City Music-Hall, de Nova York, México, Argentina e alguns menores nas convenções internacionais da Varig. Quando inaugurou mais uma de suas boates, o famoso Fred’s, no Leme, colocou no teto uma cauda de avião da Varig, que iluminada à noite era vista em toda a orla. Berta, Erick e outros diretores estão presentes em vários momentos do livro, duas fotos com eles e um capítulo inteiro dedicado ao seu grande amigo Ruben Berta. Quando o livro saiu, Adoniran Araújo, que era relações públicas da empresa ficou de tal maneira encantado com o conteúdo que nos presenteou com seis passagens, na classe executiva entre Rio e qualquer cidade operada pela Varig.
Machado não mais viajada e acabei usando todas.
A loja da Varig no Champs-Élysees era considerada como a verdadeira embaixada brasileira.
Tenho uma amiga querida, gaúcha como você, que foi comissária da Varig durante muitos anos, Lolita Massagnani Florez e seu marido, o saudoso Sérgio Florez, comandante, era meu velho companheiro de mergulhos e pescarias em Angra dos Reis, onde ficava hospedado na casa deles.
E a Varig tinha, além disso, uma sensacional classe econômica, sem a ganância de espremer passageiros, como faz a American, a KLM e a Air France que é a companhia que mais uso, principalmente depois que criaram a classe Premium, que não custa o preço extorsivo da classe executiva.
Companheira da KBR, desculpe o tamanho da mensagem, mas seu livro além de muito bem escrito, me está fazendo um pouco como Proust: - estou realizando uma busca pelo tempo perdido.
Um abraço,
Paulo de Faria Pinho

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Fã da Varig e leitor do "Estrela"


Claudia minha cara.

Me permita cumprimentá-la pelo maravilhoso livro sobre a "Nossa Varig".

Quem lhe escreve é um antigo passageiro e amigo da Varig. Hoje com 60 anos de idade posso garantir a qualquer um que igual a Varig, não existe. Não adianta falar das orienteis ou da Emirates e coisa e tal. Como a VARIG, jamais vai aparecer outra!!

A minha história com a VARIG é bastante peculiar. Meu Pai teve o prazer de fazer com o Dr. Berta o primeiro voo de POA para SAO, imagine!! E participou de outros voos inaugurais.

Já eu, fui o primeiro PAX desacompanhado do Brasil e claro, pela VARIG. O Vôo foi de São Paulo para Fortaleza e eu tinha 4 anos de idade. 

Quer dizer, a minha ligação com a VARIG é mais emotiva que qualquer outra coisa. Depois fui crescendo, virando gente e sempre voando por ela. Voei DC3, Curtis Commander, DC4, DC6, Electra, Constellation, Caravelle, 07, 37, 27, DC10, MD11??, Airbus e 47 !!! Hoje odeio viajar de avião. Ninguém merece...

Outro dia estava conversando com o presidente da AZUL sobre isso. Perguntei se ele não poderia fazer uma aviação mais sofisticada e ele disse que não há espaço no mercado para isso. Pena. E viajando pela Gol e quando embarquei, a chefe da cabine me cumprimentou com um jeito que eu fiquei pensando. Mais tarde eu perguntei pra ela: A Senhora é Variguiana né? E ela agradeceu, e emocionada deixou cair uma lágrima de saudade. Ficou feliz pelo reconhecimento que ela mereceu de mim. Vocês são mesmo uma casta. Uma comunidade diferente. E eu morro de saudades de vocês.

Deixo a você um abraço querido e os meus agradecimentos por ter reavivado no meu coração as boas coisas que vivi em companhia de vocês. Sobre seu livro impecável, quero que saiba que o devorei em 2 dias. Você já deve ter ouvido muito isso por que estou certo de que não foi só o seu amigo aqui que gostou.

Fique com Deus, força na luta dos tripulantes e conte comigo.

Ari Lopes Cunha

Em todos os continentes



domingo, 13 de janeiro de 2013

Ideia!!!

Assisti agora ao Fantástico a matéria sobre violência contra idosos, a qual me fez pensar o seguinte: se o grupo de aposentados do AERUS é composto basicamente por idosos e tiveram seus salários surrupiados pela intervenção do Governo, se sofrem pressão psicológica grave e muitos não têm acesso aos remédios e quiçá sobre alimentação saudável... então isso está implícito no Art. 99 do Estatuto do Idoso, o que nos dá direito a entrar na Justiça contra a União. em 13/01/13

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Só Santo Joaquim poderá resolver


Rio de Janeiro,11 de janeiro de 2013.
NEM COTA, NEM CASTA, NEM GANGUE

Prezado Sr. Ministro Joaquim Barbosa,
Toda vez que sou acometida por imensa raiva o resultado logo me visita na forma de gastrite intensa, por conta de refluxo e hérnia de hiato – doenças de gente idosa. O santo omeprazol poderá até amenizar tamanho ardor no estômago, mas o que acabará de vez com essa queimação será a solução favorável do caso Aerus, visto que as notícias divulgadas hoje pelo jornal O Globo provocaram em mim uma raiva intensa, aquela que sentimos quando nos vemos impotentes ante à injustiça.
Creio que sua agenda não lhe permita se fixar em muitos assuntos de jornal, mas essa, em particular, faço questão de trazer-lhe na íntegra, para que sua compreensão sobre a situação dos aposentados e demitidos da Varig se consolide:
O Globo
Sexta-feira 11.1.2013
Falências: CNJ ouvirá envolvidos em denúncia
Corregedor convocou 5 administradores; faturamento de cartório onde trabalha mulher de juiz cresceu 381%
CHICO OTAVI0, LINE THIEDIM
E DANIEL BRUNET
opais@oglobo.com.br

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) convocou a depor cinco administradores judiciais de massas falidas do Rio de Janeiro. Denunciados em série de reportagens do GLOBO sobre urna suposta ação entre amigos nas varas empresariais do Tribunal de Justiça fluminense (TJ-RJ), publicada a partir de novembro de 2012, os advogados concentram as administrações mais lucrativas do estado. Um deles, Adriano Machado, cunhado do juiz Mauro Pereira Martins (4ª Vara Empresarial), atua em 67 falências na Baixada Fluminense e na capital. Outra intimada é Ilka Regina Miranda, mulher do juiz Luiz Roberto Ayoub (1ª Vara Empresarial) e escrevente do 8 Ofício de Notas do Rio, no Centro, para o qual foram levadas as certidões da massa falida da Varig, processo que corre na 1ª Vara.
O conselheiro do CNJ Gilberto Martins, designado pela Corregedoria Nacional de Justiça para investigara denúncia, convocou também Jaime Nader Canha, ligado ao juiz Ayoub; Wagner Madruga do Nascimento, filho do desembargador Ferdinaldo do Nascimento (19a Vara Cível); Fabrício Dazzi, marido da juíza Natascha Maculan Adum Dazzi (3ª Vara Empresarial); e o contador Gustavo Licks, sócio de Machado. Os depoimentos serão tomados nas próximas segunda, terça e quarta-feira, na própria sede do TJ.
Ilka assumiu a função de escrevente em 2009, quando o cartório foi assumido pelo tabelião Gustavo Bandeira, ex-juiz da lª Vara Empresarial. Na época, seu marido já cuidava do processo da massa falida da Varig. O 8º Ofício de Notas do Rio lavra as procurações e faz autenticações de documentos para a empresa. A chegada de Bandeira e de Ilka coincide com o período de aumento da receita do cartório. Em 2008, o 8° Ofício faturou R$ 1.536.516,90 com seus serviços e, no ano seguinte, R$ 3.852.067,75. Um aumento de 150%. De 2006 a 2011, o 8° Ofício de Notas do Rio teve aumento de 965% em seu faturamento. Os dados são do Fundo Especial do Tribunal de Justiça do Rio, que recebe anualmente 20% do que cada cartório fatura.
Em 2011, o cartório recebeu R$ 7,394 milhões, que representa crescimento de 381% em relação à arrecadação de 2008, quando não contava com o ex-juiz e Ilka. Entre 2006 e 2007, o faturamento do cartório aumentou 11%, passando de R$ 693.900 para R$ 771.072. Em 2008, quando a Varig passa a utilizar os serviços do 8° Ofício de Notas, o cartório praticamente dobra sua receita: R$ 1.536.516, um aumento de 99%.
CARTÓRIO MUDOU DE ENDEREÇO
Procurado pelo GLOBO, o cartório afirmou, por meio de sua assessoria, que a VRG utiliza os serviços do 8° Ofício de Notas “de forma esporádica e sem exclusividade, assim como os serviços cartoriais de outros ofícios de notas’ E informa que os serviços à empresa correspondem a 4% do faturamento. O cartório atribui a alta no faturamento à mudança de endereço do cartório, que funcionava na Ilha do Governador e se mudou para o Centro, em 2009, ao aumento de 16 para 80 funcionários e ao crescimento na carteira de clientes. Segundo o 8° Ofício, são hoje cerca de 600 clientes de todos os portes, entre pessoas físicas e jurídicas.
Como O GLOBO mostrou em sua edição de 28 de novembro de 2012, a escrevente Ilka, em 7 de novembro de 2011, lavrou em nome do 8º Ofício de Notas uma procuração na qual a VRG constitui sete advogados, um do Rio e os demais de São Paulo. Além disso, no site do cartório, são citados outros três clientes ligados à falência da Varig: a Fundação Ruben Berta, acionista controlador da empresa aérea, a consultoria Deloitte, que administrou a fracassada recuperação judicial da Varig, e a Oliveira Trust, que participou do processo. ●

Dívida da Varig cresceu 157% durante a recuperação judicial
Administrador recebeu, nos primeiros 13 meses, R$ 2,7 milhões

Uma empresa tem uma dívida em torno de RS 7 bilhões e pede recuperação judicial. Cinco anos depois, não só não se recupera com a administração judicial como fica ainda pior: acumula dívida 157% maior, de R$ 18 bilhões, e tem a falência decretada, sem que a maioria dos credores seja paga. Nesse meio tempo, o administrador judicial, nomeado pela 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, chega a receber da empresa, só pelos primeiros 13 meses de trabalho, RS 2,725 milhões. A empresa em questão é a Varig, cujos cerca de 15 mil ex-funcionários até hoje estão à espera de seus salários e direitos atrasados, enquanto aposentados e pensionistas do fundo de pensão da companhia, o Aerus, estão prestes a ter seus benefícios cortados por falta de recursos.
A empresa, que foi a maior de aviação civil do Brasil, foi uma das primeiras a se beneficiar da Lei de Recuperação Judicial, criada em fevereiro de 2005. Acossada por uma sucessão de problemas — tanto em sua administração quanto na conjuntura econômica do país —, a Viação Aérea Riograndense, a Varig, entrou com pedido de recuperação à Justiça em 17 de junho do mesmo ano. O processo ficou a cargo do juiz Luiz Roberto Ayoub, que, em novembro de 2005, nomeou a Deloitte Touche Tohmatsu Consultores Ltda., empresa global de consultoria, como administradora judicial. Em dezembro do mesmo ano, afastou da gestão a Fundação Ruben Berta, proprietária da Varig.
Pela decisão do juiz, a Deloitte ganhou direito a urna remuneração de 0,2% do valor devido aos credores, o que corresponderia a cerca de R$ 8,4 milhões, considerando urna base de cálculo de RS 4,2 bilhões (excluindo débitos fiscais). Em oficio à 4 Câmara Cível em fevereiro de 2007, a consultoria informa que, em 13 meses como administradora da Varig, já havia retirado R$ 2,725 milhões, dos R$ 8,4 milhões a que tinha direito. Ficou determinado que 50% desse total seriam pagos ao fim do processo. Como essa parte final não foi paga, a Deloitte habilitou na massa falida o crédito do valor que não recebeu.
BALANÇOS TINHAM PROBLEMAS
Mas, segundo relatório de 2010 da Licks Contadores Associados (escritório de contabilidade que assumiu a administração judicial depois da renúncia da Deloitte), ao qual O GLOBO teve acesso, a consultoria não apresentou as documentações devidas.
“Os balanços patrimoniais dos exercícios de 2006, 2007, 2008 e 2009 da empresa S.A. viação Aérea Riograndense não podem ser encerrados porque ainda faltam documentos relacionados às contas de ativo para serem escrituradas", diz o texto do relatório, que afirma também que “os contadores e auditores internos identificaram possíveis erros no Quadro Geral de Credores. ●

Valor da empresa sobe 1.000% em menos de um ano após decisão de juiz
Fundo comprou Varig por US$ 24 milhões e revendeu por US$ 275 milhões

A Varig foi um ativo bastante lucrativo: rendeu mais de 1.000% em menos de um ano. A empresa foi vendida em leilão em 20 de julho de 2006 à VarigLog, subsidiária de transporte de cargas que havia sido vendida à Volo do Brasil, do fundo Matlin Patterson, cujo sócio é o chinês Lap Wai Chan. Foi o único investidor a apresentar propostas, levando a Varig por apenas US$ 24 milhões. Em apresentação pública logo após o leilão, Lap Wai Chan afirma que o juiz da 1ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, convidou-o a participar do leilão, segundo gravação apresentada durante a CPI da Varig, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e cuja documentação já foi entregue ao CNJ pelo deputado Paulo Ramos (PDT), que presidiu a comissão:
“(...) Só foi oferecido à VarigLog voltar porque o Ayoub ligou e pediu pra mim, se eu tivesse interesse de voltar e querer dar uma proposta para criar uma nova Varig (sic) disse na ocasião Lap Chan, que mais tarde, em depoimento à CPI, reconheceu a própria voz na gravação, mas negou o convite do juiz.
A decisão mais polêmica de todo o processo, porém, acontece em novembro de 2006: Ayoub declara que não há sucessão trabalhista, ou seja, desobriga os compradores da Varig a pagar as dívidas trabalhistas da Varig, que correspondiam à maior parte dos débitos. Dessa forma, a velha Varig fica com as dívidas e poucos ativos, entre eles um centro de treinamento de aeronautas, na Ilha do Governador, e urna ação tarifária contra o governo em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) estimada em RS 3 bilhões.
A nova Varig fica com os ativos mais valiosos, caso dos slots, que são os horários para pousos e decolagens em diversos aeroportos (a companhia voava para 18 destinos domésticos e internacionais), muito cobiçados no setor, e o Smiles, o programa de milhagem. O resultado da decisão é urna explosão no valor de mercado da Varig, que cresce nada menos do que 1.045%. Em março de 2007, menos de um ano depois de comprar a empresa, Lap Chan a revende por US$ 275 milhões à Gol, que fica com as marcas Varig e Rio Sul, além das operações das empresas.
Em 2010, Ayoub nomeia a Licks Associados, de Gustavo Licks, com honorários antecipados de R$ 3 mil, con novo administrador judicial. Após o relatório de Licks dando conta da grave situação financeira da empresa, é decretada a falência da Varig em 20 de agosto de 2010. Em 10 de novembro do mesmo ano, Jaime Nader Canha é nomeado como gestor judicial, com remuneração mensal de R$ 4 mil. Em maio de 2011, Jaime Canha requer o aumento de seus honorários para R$ 7.950, o que é autorizado por Ayoub. Procurados pelo GLOBO, Jaime Nader Canha, o juiz Ayoub, a Deloitte e o contador Gustavo Licks não quiseram comentar o assunto.
O processo ainda está em andamento e, hoje, as dívidas são estimadas em R$ 20 bilhões.
(
Chico Otavio e Liane Thedim) ●
Números
R$ 7 BILHÕES
ERA A DIVIDA INICIAL da Varig, contabilizada em 2005, no pedido de recuperação judicial
R$ 18 BILHÕES
É O VALOR DA DIVIDA que consta no relatório usado como base pela Justiça para decretar a falência da empresa, em 2010. Hoje, o débito total é estimado em R$ 20 bilhões.

Isso posto, vou lhe fazer um relato: no dia 1º de janeiro de 2013 o colega Nery Rocha morreu de depressão. Ele vinha a algum tempo deprimido em função dessa situação escabrosa em que estamos metidos até o pescoço desde abril de 2006. No entanto, ao receber a notícia que uma liminar tinha sido interposta a nosso favor, ele se animou com a expectativa de ter sua dignidade devolvida e seus direitos readquiridos – como todos nós -, mas ao saber que a União voltara atrás através de manobras judiciais caiu novamente em prostração e dali só saiu para o cemitério. Poderia lhe contar em detalhes também o caso de outra colega que sofreu um AVC em frente ao computador ao ler a última decisão do Governo e tantos outros mais, mas não é esse meu objetivo, caro ministro.
O que quero efetivamente é deixar claro que não pertencemos a cotas, quer raciais, de pobreza etc, tampouco de castas, como a política, que tudo pode e consegue como não pagar imposto de renda sobre os aviltantes 14º e 15º salários, e menos ainda a gangues, como a que o senhor acabou de condenar no processo conhecido como mensalão. Somos tão somente idosos que tiveram um sonho e contribuíram regiamente para que o mesmo se tornasse realidade: ter uma aposentadoria tranqüila. E esta senhor ministro nos foi tirada na calada da noite de 11 para 12 de abril de 2006. Veja o senhor o que o responsável pela recuperação judicial da Varig faturou, e não satisfeito com a bolada botou até a esposa na jogada, via cartório, para que a fortuna amealhada nas nossas barbas servisse de prato à nossa gastrite grupal.
Somos hoje um monte de gente velha. Sim, perdemos até nossa identidade. Levaram tudo de nós, inclusive a dignidade. O que nos resta, meu caro guardião de nosso Brasil (perdoe por chamá-lo dessa forma), é somente uma esperança rota e ela está depositada no senhor.
Atenciosamente,
Cláudia Vasconcelos
Comissária aposentada da Varig, onde trabalhei por 30 anos

Raiva, raiva, muita raiva

O Globo
Sexta-feira 11.1.2013
Falências: CNJ ouvirá envolvidos em denúncia
Corregedor convocou 5 administradores; faturamento de cartório onde trabalha mulher de juiz cresceu 381%
CHICO OTAVI0, LINE THIEDIM
E DANIEL BRUNET
opais@oglobo.com.br


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) convocou a depor cinco administradores judiciais de massas falidas do Rio de Janeiro. Denunciados em série de reportagens do GLOBO sobre urna suposta ação entre amigos nas varas empresariais do Tribunal de Justiça fluminense (TJ-RJ), publicada a partir de novembro de 2012, os advogados concentram as administrações mais lucrativas do estado. Um deles, Adriano Machado, cunhado do juiz Mauro Pereira Martins (4ª Vara Empresarial), atua em 67 falências na Baixada Fluminense e na capital. Outra intimada é Ilka Regina Miranda, mulher do juiz Luiz Roberto Ayoub (1ª Vara Empresarial) e escrevente do 8 Ofício de Notas do Rio, no Centro, para o qual foram levadas as certidões da massa falida da Varig, processo que corre na 1ª Vara.
O conselheiro do CNJ Gilberto Martins, designado pela Corregedoria Nacional de Justiça para investigara denúncia, convocou também Jaime Nader Canha, ligado ao juiz Ayoub; Wagner Madruga do Nascimento, filho do desembargador Ferdinaldo do Nascimento (19a Vara Cível); Fabrício Dazzi, marido da juíza Natascha Maculan Adum Dazzi (3ª Vara Empresarial); e o contador Gustavo Licks, sócio de Machado. Os depoimentos serão tomados nas próximas segunda, terça e quarta-feira, na própria sede do TJ.
Ilka assumiu a função de escrevente em 2009, quando o cartório foi assumido pelo tabelião Gustavo Bandeira, ex-juiz da lª Vara Empresarial. Na época, seu marido já cuidava do processo da massa falida da Varig. O 8º Ofício de Notas do Rio lavra as procurações e faz autenticações de documentos para a empresa. A chegada de Bandeira e de Ilka coincide com o período de aumento da receita do cartório. Em 2008, o 8° Ofício faturou R$ 1.536.516,90 com seus serviços e, no ano seguinte, R$ 3.852.067,75. Um aumento de 150%. De 2006 a 2011, o 8° Ofício de Notas do Rio teve aumento de 965% em seu faturamento. Os dados são do Fundo Especial do Tribunal de Justiça do Rio, que recebe anualmente 20% do que cada cartório fatura.
Em 2011, o cartório recebeu R$ 7,394 milhões, que representa crescimento de 381% em relação à arrecadação de 2008, quando não contava com o ex-juiz e Ilka. Entre 2006 e 2007, o faturamento do cartório aumentou 11%, passando de R$ 693.900 para R$ 771.072. Em 2008, quando a Varig passa a utilizar os serviços do 8° Ofício de Notas, o cartório praticamente dobra sua receita: R$ 1.536.516, um aumento de 99%.
CARTÓRIO MUDOU DE ENDEREÇO
Procurado pelo GLOBO, o cartório afirmou, por meio de sua assessoria, que a VRG utiliza os serviços do 8° Ofício de Notas “de forma esporádica e sem exclusividade, assim como os serviços cartoriais de outros ofícios de notas’ E informa que os serviços à empresa correspondem a 4% do faturamento. O cartório atribui a alta no faturamento à mudança de endereço do cartório, que funcionava na Ilha do Governador e se mudou para o Centro, em 2009, ao aumento de 16 para 80 funcionários e ao crescimento na carteira de clientes. Segundo o 8° Ofício, são hoje cerca de 600 clientes de todos os portes, entre pessoas físicas e jurídicas.
Como O GLOBO mostrou em sua edição de 28 de novembro de 2012, a escrevente Ilka, em 7 de novembro de 2011, lavrou em nome do 8º Ofício de Notas uma procuração na qual a VRG constitui sete advogados, um do Rio e os demais de São Paulo. Além disso, no site do cartório, são citados outros três clientes ligados à falência da Varig: a Fundação Ruben Berta, acionista controlador da empresa aérea, a consultoria Deloitte, que administrou a fracassada recuperação judicial da Varig, e a Oliveira Trust, que participou do processo. ●

Inacreditável

Dívida da Varig cresceu 157% durante a recuperação judicial
Administrador recebeu, nos primeiros 13 meses, R$ 2,7 milhões

Uma empresa tem uma dívida em torno de RS 7 bilhões e pede recuperação judicial. Cinco anos depois, não só não se recupera com a administração judicial como fica ainda pior: acumula dívida 157% maior, de R$ 18 bilhões, e tem a falência decretada, sem que a maioria dos credores seja paga. Nesse meio tempo, o administrador judicial, nomeado pela 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, chega a receber da empresa, só pelos primeiros 13 meses de trabalho, RS 2,725 milhões. A empresa em questão é a Varig, cujos cerca de 15 mil ex-funcionários até hoje estão à espera de seus salários e direitos atrasados, enquanto aposentados e pensionistas do fundo de pensão da companhia, o Aerus, estão prestes a ter seus benefícios cortados por falta de recursos.
A empresa, que foi a maior de aviação civil do Brasil, foi uma das primeiras a se beneficiar da Lei de Recuperação Judicial, criada em fevereiro de 2005. Acossada por uma sucessão de problemas — tanto em sua administração quanto na conjuntura econômica do país —, a Viação Aérea Riograndense, a Varig, entrou com pedido de recuperação à Justiça em 17 de junho do mesmo ano. O processo ficou a cargo do juiz Luiz Roberto Ayoub, que, em novembro de 2005, nomeou a Deloitte Touche Tohmatsu Consultores Ltda., empresa global de consultoria, como administradora judicial. Em dezembro do mesmo ano, afastou da gestão a Fundação Ruben Berta, proprietária da Varig.
Pela decisão do juiz, a Deloitte ganhou direito a urna remuneração de 0,2% do valor devido aos credores, o que corresponderia a cerca de R$ 8,4 milhões, considerando urna base de cálculo de RS 4,2 bilhões (excluindo débitos fiscais). Em oficio à 4 Câmara Cível em fevereiro de 2007, a consultoria informa que, em 13 meses como administradora da Varig, já havia retirado R$ 2,725 milhões, dos R$ 8,4 milhões a que tinha direito. Ficou determinado que 50% desse total seriam pagos ao fim do processo. Como essa parte final não foi paga, a Deloitte habilitou na massa falida o crédito do valor que não recebeu.
BALANÇOS TINHAM PROBLEMAS
Mas, segundo relatório de 2010 da Licks Contadores Associados (escritório de contabilidade que assumiu a administração judicial depois da renúncia da Deloitte), ao qual O GLOBO teve acesso, a consultoria não apresentou as documentações devidas.
“Os balanços patrimoniais dos exercícios de 2006, 2007, 2008 e 2009 da empresa S.A. viação Aérea Riograndense não podem ser encerrados porque ainda faltam documentos relacionados às contas de ativo para serem escrituradas", diz o texto do relatório, que afirma também que “os contadores e auditores internos identificaram possíveis erros no Quadro Geral de Credores. ●
Valor da empresa sobe 1.000% em menos de um ano após decisão de juiz
Fundo comprou Varig por US$ 24 milhões e revendeu por US$ 275 milhões
A Varig foi um ativo bastante lucrativo: rendeu mais de 1.000% em menos de um ano. A empresa foi vendida em leilão em 20 de julho de 2006 à VarigLog, subsidiária de transporte de cargas que havia sido vendida à Volo do Brasil, do fundo Matlin Patterson, cujo sócio é o chinês Lap Wai Chan. Foi o único investidor a apresentar propostas, levando a Varig por apenas US$ 24 milhões. Em apresentação pública logo após o leilão, Lap Wai Chan afirma que o juiz da 1ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, convidou-o a participar do leilão, segundo gravação apresentada durante a CPI da Varig, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), e cuja documentação já foi entregue ao CNJ pelo deputado Paulo Ramos (PDT), que presidiu a comissão:
“(...) Só foi oferecido à VarigLog voltar porque o Ayoub ligou e pediu pra mim, se eu tivesse interesse de voltar e querer dar uma proposta para criar uma nova Varig (sic) disse na ocasião Lap Chan, que mais tarde, em depoimento à CPI, reconheceu a própria voz na gravação, mas negou o convite do juiz.
A decisão mais polêmica de todo o processo, porém, acontece em novembro de 2006: Ayoub declara que não há sucessão trabalhista, ou seja, desobriga os compradores da Varig a pagar as dívidas trabalhistas da Varig, que correspondiam à maior parte dos débitos. Dessa forma, a velha Varig fica com as dívidas e poucos ativos, entre eles um centro de treinamento de aeronautas, na Ilha do Governador, e urna ação tarifária contra o governo em análise no Supremo Tribunal Federal (STF) estimada em RS 3 bilhões.
A nova Varig fica com os ativos mais valiosos, caso dos slots, que são os horários para pousos e decolagens em diversos aeroportos (a companhia voava para 18 destinos domésticos e internacionais), muito cobiçados no setor, e o Smiles, o programa de milhagem. O resultado da decisão é urna explosão no valor de mercado da Varig, que cresce nada menos do que 1.045%. Em março de 2007, menos de um ano depois de comprar a empresa, Lap Chan a revende por US$ 275 milhões à Gol, que fica com as marcas Varig e Rio Sul, além das operações das empresas.
Em 2010, Ayoub nomeia a Licks Associados, de Gustavo Licks, com honorários antecipados de R$ 3 mil, com novo administrador judicial. Após o relatório de Licks dando conta da grave situação financeira da empresa, é decretada a falência da Varig em 20 de agosto de 2010. Em 10 de novembro do mesmo ano, Jaime Nader Canha é nomeado como gestor judicial, com remuneração mensal de R$ 4 mil. Em maio de 2011, Jaime Canha requer o aumento de seus honorários para R$ 7.950, o que é autorizado por Ayoub. Procurados pelo GLOBO, Jaime Nader Canha, o juiz Ayoub, a Deloitte e o contador Gustavo Licks não quiseram comentar o assunto.
O processo ainda está em andamento e, hoje, as dívidas são estimadas em R$ 20 bilhões.
(Chico Otavio e Liane Thedim) ●
Números
R$ 7 BILHÕES
ERA A DIVIDA INICIAL da Varig, contabilizada em 2005, no pedido de recuperação judicial
R$ 18 BILHÕES
É O VALOR DA DIVIDA que consta no relatório usado como base pela Justiça para decretar a falência da empresa, em 2010. Hoje, o débito total é estimado em R$ 20 bilhões

E o voo de cruzeiro continua


Os dez mais da KBR em janeiro:
1. Paris para principiantes
2. Algo para pensar
3. Estrela Brasileira

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Apoio carinhoso e deferência especial

CONTRA o BBB??... ESTRELA BRASILEIRA PARA LER !!
Melhor do que se contaminar com baixarias e vulgaridades...
Contra a ALIENAÇÃO : - ESTRELA BRASILEIRA É A SOLUÇÃO !! (margot galvão) - postado no Facebook em 8/1/13 
Claudia,muleka querida, espero que goste da minha ¨propaganda¨ rsrsrrsrr. bjokas !!

Motivo de orgulho

Propaganda Varig pendurada no Astor.
                                                                                                               




























Bolsa do "Estrela" na praia de Miami, foto da leitora Cleia.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Vamos cobrar

Coluna Anselmo Góis - 27/12/2012

Varig, Varig, Varig

A pedido da ministra Cármen Lúcia, relatora no STF daquela ação bilionária de defasagem tarifária da Varig, o ministro Joaquim Barbosa se prepara para colocar o assunto na pauta do Supremo.
O caso se arrasta há muito tempo e as tentativas de um acordo antes do julgamento fracassaram.
No mais...
Vamos torcer, vamos cobrar.