Capa do livro

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SÓ QUERO COMPREENDER

Para além da guerra iniciada pelos narcotraficantes existe a “nossa” guerra, a guerra pelos direitos perdidos com a intervenção federal no Aerus, em abril de 2006. Nesse período, temos tido baixas e mais baixas em nosso front, nossos colegas morrendo de angústia, cânceres de amargura, depressão por tristeza profunda etc, pois fomos largados à própria sorte (ou seria azar?). Os proventos de tantos milhares foram decepados pelas mãos afoitas de um Governo insensível e com dentes de tubarão faminto. Levaram nossas expectativas de uma aposentadoria serena e nos transformaram em sonâmbulos de escadarias palacianas, pedintes daquilo que nos é de direito por lei. Contribuímos, acreditamos, trabalhamos por isso. Por isso, não poderia me furtar de citar notícias recentes, convenientemente abafadas pelos tristes acontecimentos recentes no Rio de Janeiro- cidade que ostentava o “VARIG” estampado em luzes neon no alto do prédio em um dos cartões postais da cidade maravilhosa -, o Banco Pan Americano, do empresário risonho Silvio Santos, e suas tramóias. Foi com espanto que li a reportagem do jornal O Globo de 19/10/2010 “Fundos de pensão adotam cautela com o setor”, ali ficou claro porque o Pan Americano era o queridinho dos gestores de fundações: ora veja, a tal “instituição financeira era, até três semanas atrás, a queridinha dos gestores de investimentos, que compravam ações do banco para montar o portfólio dos fundos de previdência. Nos corredores do 31º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, em Olinda (PE), realizado pela ABRAPP, o comentário é sobre “dar um tempo” no banco para ver o desenrolar da situação. Os papéis do Pan Americano fazem parte da carteira de vários fundos de pensão patrocinados por empresas que oferecem planos de previdência aos seus funcionários. Segundo um executivo que participa do evento, o Pan Americano sempre era um dos primeiros bancos a serem lembrados na hora de se escolher uma empresa do setor financeiro para a carteira.”


Considerando que Silvio Santos fez uma visita ao presidente Lula no mês de setembro e declarou que o fizera para pedir contribuição para seu programa Teleton (de ajuda aos necessitados?), e quando tudo veio à tona declarou com desfaçatez que colocaria seu patrimônio como aval do empréstimo de R$2,5 bilhões, fica a pergunta que não quer calar: Por que o Governo autorizou tal empréstimo a uma instituição financeira sabidamente fraudulenta e se recusou a ajudar a Varig quando esta “voava” nas asas da quase falência?

Só quero compreender.

Devo confessar que cometi um erro - o Governo não socorreu com dinheiro público - quem pagou o pato foi uma tal de Fundo Garantidor de Crédito. E aqui fica outra pergunta: se há uma instituição para salvar bancos e afins, por que não havia e não há um fundo nesses mesmos moldes para amparar as empresas aéreas nacionais? Será que a pretensão é tornar os céus brasileiros cenário para somente empresas estrangeiras?

5 comentários:

  1. A não-racional disputa entre a FRB e a Direção Executiva da VARIG para ver quem mandava mais foi o primeiro entrave à reorganização da Empresa. O Governo de Fernando Henrique Cardoso estava disposto a pagar o que o Estado Brasileiro devia e fazer um empréstimo, desde que as partes se entendessem.
    O segundo, veio com o Governo Luiz Inácio da Silva, já com o Estado Brasileiro condenado a pagar a VARIG o que lhe era legalmente de direito. Sobreveio então a idéia latente desse Governo de repartir a Empresa entre as outras duas: TAM (segundo consta, desejo do então Ministro-Chefe da Casa Civil José Dirceu) e GOL (segundo consta, desejo do compadre do Presidente, Constantino de Oliveira). Foi o que prevaleceu.
    Aí restou o AERUS, que não é exclusividade dos funcionários e aposentados da VARIG, a quem o Estado Brasileiro deve mais do que o valor da dívida da VARIG. Mas pela legislação caduca desse País, há a possibilidade de recursos "ad infinitum". Quando o simples seria um contábil encontro de contas, há uma outra legislação absurda: para receber dívida da União, é preciso pagar antes a sua com a União.
    Per omnia saecula...
    Por que para uns empréstimo, para outros as penas da lei? Insondáveis são os camminhos desta República.
    Todavia, variguianos, mantenham a esperança e não esmoreçam na realização do Direito.

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  2. Claúdia
    Sua pergunta que não quer calar é a de todos afetados por essa manobra "politíca" de favorecimento aos amigos dos poderosos, o comentário do Raul focou muito bem essa questão.
    Confiemos que forças maiores que as do PT venham em nosso socorro.
    Parabéns pelo Blog
    Marli

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  3. Claudia em primeiro lugar parabéns pelo Blog. Está excelente. Agora sobre o não empréstimo para a Varig em 2006 todos já sabem que o então Ministro Antonio Palocci se negou a dar o mesmo. E com isto o pior aconteceu. A VARIG foi dividida em duas partes cuja a parte boa ficou com a Gol do senhor constantino junior ( pequeno mesmo o nome deste senhor ). A parte ruim até hoje tenta receber o que lhe é devido, mas o processo da defasagem tarifária devido para a Varig continua nas gavetas do STF. Com isto ativos e aposentados continuam a padecer no infermo criado por lula e seus assessores. E acredito que com a chegada de dona dilma ao poder nada será resolvido.
    Só um milagre de Deus pode nos tirar da rua da amargura e da miséria.
    Mas tenho certeza que estes que nos prejudicaram e continuam a nos prejudicar um dia prestarão contas com Deus. Ele está olhando tudo que esta gentalha ( gente canalha ) nos fez.
    Mais uma vez Meus Parabéns pelo Blog.

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  4. Agradeço a todos, Raul, Lila e Resende,pelos comentários, mas devo confessar que cometi um erro - o Governo não socorreu com dinheiro público - quem pagou o pato foi uma tal de Fundo Garantidor de Crédito. E aqui fica outra pergunta: se há uma instituição para salvar bancos e afins, por que não havia e não há um fundo nesses mesmos moldes para amparar as empresas aéreas nacionais? Será que a pretensão é tornar os céus brasileiros cenário para somente empresas estrangeiras?

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  5. Cara Claudia o Governo entrou com dinheiro sim nesta história do Banco Panamericano. A Caixa Econômica entrou com a pequena quantia de 700 milhões de reais ( pequena quantia não acha? ) e comprou 49% do Banco Panamericano. E isto tudo foi feito já se sabendo que o Banco Panamericano já não ia pra lá das pernas.
    Governinho do PT ( Partido dos trambiqueiros ) amigo dos amigos particulares.
    Agora quanto a nós, vc e todos já sabem, o que aconteceu e que está acontecendo até hoje.
    BEIJOS.

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