História 5 de Ada Ciolac

Em um vôo chegando em São Paulo, de 737, quando estávamos arrumando a cabine para o pouso, de repente o avião deu uma guinada de 90º para um lado, voltou para a posição normal e deu mais uma guinada para o outro lado. A galley ainda não estava totalmente checada, bandejas e artigos soltos voaram, os bins abriram e as bagagens começaram a cair. Os paxs começaram a gritar e confesso que aquele dia foi um dos únicos em que eu também fiquei muito assustada. Quando eu sentei na estação, logo depois da primeira guinada, percebi que a outra comissária que estava comigo lá na frente estava no toalete, pois foi quando ela gritou lá de dentro: "Nãooooooo! Eu me recuso a morrer assim!!!" Imaginar, naquela hora, em que posição ela poderia estar dentro do toalete, me fez gargalhar, acho que de nervoso.
Após o pouso, soubemos que pegamos o que eles chamam de "esteira de turbulência", que é quando um avião pousa e o que vem atrás, em distância menor do que deveria estar, entra neste turbilhonamento de ar e perde a sustentação, virando uma marionete no vento. O avião que pousou na nossa frente foi um 747 da KLM. Foi a mão de Deus e a perícia do nosso comandante que salvou à todos aquele dia.
Mas a preocupação da nossa colega dentro do toalete nos fez dar boas gargalhadas no pernoite.