Capa do livro

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sábado, 16 de outubro de 2010

História vivida pelo pax Raul Iserhard

Pequena história da Estrela Brasileira


Agosto, 1988. Congresso em Vitória, ES. Passagens compradas em três trechos: Porto Alegre-Rio-Vitória-Confins, para aproveitar o evento e conhecer Ouro Preto. O vôo POA-RIO, no lendário 101 da VARIG. Para Rio-Vitória, não havia compatibilidade de horário. A agente de viagens sugeriu os trechos seguintes pela VASP, mas, por precaução, fez reserva igual pela TRANSBRASIL. Dia de viagem, Boeing 727 da Pioneira, e como sempre, vôo tranqüilo. Chegada ao Galeão, vamos ao balcão da VASP apresentar nossos bilhetes e marcar lugares. A recepcionista informa não haver essa reserva confirmada; mostramos o OK da VASP e o voucher emitido e somos informados de que precisaria ter sido feito o trecho POA-RIO também pela VASP. Peço para minha esposa ir ao balcão da TRANSBRASIL para confirmar a reserva e marcar lugares, enquanto argumento com VASP. Não consigo fazer entender meu argumento, a fila aumenta. Chega minha esposa: está tudo certo na TRANSBRASIL. Olho para a atendente e digo: e então, qual a justificativa do argumento de vocês? E vou adiante.
Congresso terminado, rumo ao Aeroporto de Vitória, novamente balcão da VASP, mesma solicitação. Mesma negativa: não havia reserva e nem trecho anterior voado. Mostro o OK da Companhia, mas o atendente contrapõe dizendo que eu deveria ter confirmado antes. Respondo, dizendo que não havia trecho voado porque não consegui fazer valer minha reserva no Rio e que nada havia expresso de que deveríamos ter confirmado a confirmação. A fila atrás, parada e já com reclamações. Insisto no meu ponto-de-vista, vem o Chefe de Operações da VASP, explico pela quarta vez o que acontecera. Disse que investigaria, volta e nega validade de nossos bilhetes. Peço licença, afirmando que logo voltaria e não entraria na fila, e me dirijo ao balcão da VARIG. Exponho o problema ao aeroviário do balcão, que me explica isso acontecer seguido com a VASP e propõe que endossemos os bilhetes da VASP à VARIG, mas seria necessário o acolhimento daquela. E sugere um vôo Vitória-Rio-Confins, já que a VARIG não tinha esse trecho direto.
Voltamos ao balcão da VASP com as informações sugeridas. É negado o endosso. Começo a perder a compostura e peço a Lenora, minha esposa, que vá até a VARIG e reserve bilhetes para a rota sugerida. Enquanto isso, aceito a sugestão da VASP de permanecer em Vitória até o dia seguinte, quando teria disponibilidade de assentos. Mas, exijo que telefonem: para a UNIDAS em Confins, avisando que não poderia retirar o carro alugado já para o dia e que a Companhia pagaria a diária, mantendo a reserva; para Hotel Nacional em Ouro Preto comunicando que não poderíamos chegar no dia reservado e que a VASP pagaria a diária e manteria a reserva para os próximos dias; para o Hotel SENAC na Ilha do Boi, solicitando reserva para um dia, com todas as despesas pagas. E que nos fosse providenciada condução para o Hotel e retorno ao Aeroporto, também à conta da VASP. Alem disso, faria uma notificação no DAC, com assinaturas conjuntas. Evidente que a VASP não aceitou. Nesse meio-tempo, Lenora chegou com as reservas da VARIG, a serem endossadas pela VASP ou com devolução do voucher já pago. O impasse ficaria agora por conta da VASP. Após alguns minutos de conferência interna, retorna o Chefe de Operações de Terra da VASP, para informar que nossas reservas estavam aceitas e que foram providenciados dois assentos.
Onde está a VARIG nessa pequena recordação? Aqui: após a solução dada pela VASP, minha esposa para no meio do saguão, em frente ao balcão da VASP e diz, em alta voz, “NÃO ADIANTA, A VARIG É A NOSSA VARIG”, seguida do aplauso de grande parte dos presentes. Não fora a orientação e a marca da VARIG, não teríamos conseguido viajar naquele dia.

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